Apresentação

A artista plástica mineira, Virginia Ferreira, é conhecida pela sua versatilidade, já que passeia pela escultura, a pintura e a restauração com a mesma desenvoltura.

Formada pela Escola de Belas Artes da UFMG, Virginia foi aluna de Amílcar de Castro e Álvaro Apocalypse. Sua obra mais conhecida é a escultura “Juquinha da Serra”, o ermitão imortalizado em cimento, parada obrigatória dos visitantes que passam pela estrada que conduz à Serra do Cipó. 

A artista esculpe também em ferro, mármore e madeira, criando peças arrojadas, como o seu último trabalho, a estátua de 2m10 de Frei Rosário, instalada na entrada do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade. 

Outro grande monumento, com 9 metros de altura, é a escultura “Mater”, em Inhaúma e o Monumento a Carlos Drummond de Andrade, na entrada de Itabira.  A restauração é outra arte marcante em sua carreira: no Palácio da Liberdade, restaurou o forro da Sala do Coro, Os Lampadários. Projetou e executou ainda a restauração do Monumento a Tiradentes, em Ouro Preto, e a fachada do famoso Castelinho, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

por Tetê Rios

Criações

Virgínia Ferreira trabalha com diversos materiais, como ferro, bronze, mármore e cimento. A artista criou peças de até nove metros de altura, como a escultura Mater, na estância Águas do Treme, no município de Inhaúma, na região central do Estado.

A entrada da cidade mineira de Itabira ostenta um monumento a Carlos Drummond de Andrade de autoria da artista. Virgínia também é autora da famosa escultura Juquinha da Serra, criada em 1987, parada obrigatória para quem visita a Serra do Cipó.

Ainda aluna no ateliê de escultura, a artista confeccionou, inspirada na música Coração de Estudante, a representação tridimensional de Milton Nascimento, em cimento e bronze, trabalho que a introduziu na vida profissional.

Suas obras de exposição pública estão espalhadas em vários pontos de Belo Horizonte: na Estação Rodoviária, a representação escultórica de Israel Pinheiro; na Sociedade Mineira de Cultura, o painel em cerâmica A Virgem e o Menino Jesus; no Palácio das Artes, a cabeça em bronze de Clóvis Salgado; na Igreja Cura D’Ars, no Bairro Prado, o altar em pedra-sabão; no jardim do Fórum Lafayette, o busto de Conselheiro Lafayette, e muitos outros.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza, a artista também marca presença com obras públicas e de restauração. Recentemente, criou e executou o troféu Mulheres Notáveis, para a Associação Comercial de Minas Gerais, e o painel em homenagem ao Brigadeiro Doorgal Borges.

Recuperação de monumentos e pinturas importantes em Minas

Da habilidade na criação de formas plásticas, surgiu o interesse de Virgínia Ferreira pela restauração. “Restaurar, conservar, preservar é amar e respeitar a arte do outro, devolvendo-lhe saúde estrutural, estética, proteção, mantendo, sempre que possível, a função”, afirma a artista, que com sua sensibilidade e habilidade manual, já recuperou diversos monumentos e pinturas importantes no cenário cultural mineiro. E antes de cada intervenção, ela conta com profissionais de várias áreas, visando a uma conclusão multidisciplinar.

Virgínia Ferreira participou do projeto de restauração do prédio da Secretaria da Educação e foi a responsável pelos elementos artísticos e decorativos da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

No Palácio da Liberdade, sede do Governo de Minas Gerais, restaurou o forro da Sala do Coro, lampadários e vasos em ouro e prata . Tiradentes Também projetou e executou a restauração do Monumento a Tiradentes, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Ouro Preto, e executou a cópia, daquela que é considerada a primeira escultura de Aleijadinho, pela Associação dos Amigos do Museu da Inconfidência. Restaurou o altar da Igreja do Rosário, do século XVII, em Nova Lima, e muitas outras obras.

De 1998 a 2004, realizou oficinas no Centro de Atividades Comunitárias (Ceacom) da Prefeitura Municipal de Nova Lima, ensinando a comunidade carente a modelar e produzir cerâmicas.

Recentemente, finalizou, pela segunda vez, a restauração de um chafariz em pedra-sabão, do século XVIII, em Conceição do Mato Dentro, e aplicou, também pela segunda vez, a mesma técnica de preservação usada nos Profetas, de Aleijadinho.

A artista mantém suas obras de livre criação expostas para visitação em seu ateliê.

Mostras

Virgínia Ferreira já participou das mostras coletivas Olhares Femininos, na Prefeitura de Belo Horizonte; Dez Artistas Mineiras, em Nova York, nos Estados Unidos; Brasil/Holanda, no Centro Cultural Johannes Dusen, em Nova Lima; Essas Mulheres, no Centro Cultural da Fundação Acesita, dentre outras.

Também realizou mostras individuais na Casa de Cultura de Conceição do Mato Dentro, no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), na Cultura Inglesa, dentre outras.

A artista foi curadora no I e II Salão de Artes do Minastenista. Participou do Ciclo Internacional de Palestras O visível e o invisível na arte, da Escola de Belas Artes da UFMG, e O papel do Ministério Público na defesa do patrimônio cultural.

De TÚLIO TRAVÁGLIA, Tribunal da Justiça de Minas Gerais